Reunião realizada ontem (17/06) entre médicos e deputados estaduais resultou em denúncias de irregularidades na saúde pública

Fiscalização conjunta com a Frente Parlamentar Capixaba, busca pela implantação do chamado Hospital Covid Free (livre de Covid-19) para atendimento aos casos não relacionados ao coronavírus e abertura de sindicância ex officio para apurar denúncias de assédio moral no Hospital Estadual Dr. Dório Silva. Estas são algumas das ações definidas ontem, 17/06, na reunião realizada entre o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES), representantes da Frente Parlamentar Capixaba e dos médicos que prestam atendimento no Hospital Dr. Dório Silva.

A reunião, convocada pelo CRM-ES, por meio de seu Comitê de Crise no Enfrentamento do Coronavírus, foi realizada no final da tarde, na sede do Conselho, respeitando o distanciamento social exigido nesse momento de pandemia.

O objetivo foi debater temas pertinentes a melhorias na saúde pública capixaba. Nesse contexto, também foram denunciadas condições inadequadas de trabalho nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), a falta de comunicação adequada entre o Samu 192 e a Central de Regulação de Vagas, e a suspeita de retenção do medicamento Hidroxicloroquina pelo governo do estado.

As denúncias de assédio moral foram feitas por médicos que atendem no Hospital Dr. Dório Silva que, segundo eles, estão sendo pressionados a não informar possíveis irregularidades no que diz respeito a excesso de carga horária e segurança para evitar contágio por Covid-19 tanto em profissionais da saúde quanto em pacientes.

De acordo com o coordenador do Comitê de Crise no Enfrentamento do Coronavírus, conselheiro do CRM-ES Dr. Paulo Gouvêa, essas são denúncias muito sérias e o Conselho, por dever de ofício, encaminhará o caso à sua Corregedoria para abertura de sindicância.

Hospital Covid Free

A necessidade de abertura de uma unidade hospitalar denominada Covid Free ou livre de Covid-19 foi amplamente discutida na reunião pela importância do retorno dos atendimentos aos casos não suspeitos de coronavírus, inclusive as cirurgias eletivas. A preocupação dos médicos, informou Dr. Fabiano Pimentel, conselheiro e membro do Comitê do CRM-ES, é com a chamada demanda reprimida, ou seja, casos que se acumularão e provocarão a chamada Terceira Onda da pandemia, quando o sistema de saúde ficará esgotado por falta de vaga para prestar atendimento a qualquer tipo de doença. A previsão é de que os casos, atualmente considerados eletivos, se agravarão devido ao tempo de espera para o devido tratamento.

Fiscalização conjunta

Os deputados presentes à reunião, Emílio Mameri, Hércules Silveira, Hudson Leal, Vandinho Leite, Lorenzo Pazolini e Danilo Bahiense relataram a preocupação com a saúde pública, reforçaram que visitas às unidades de atendimento médico vêm sendo realizadas desde quando tomaram posse e que continuarão a ser feitas. “Esta é uma prerrogativa do nosso cargo”, reforçou Pazolini.

Todos os deputados presentes solicitaram ao CRM-ES a fiscalização conjunta para que ambas das Casas, Assembleia e Conselho de Medicina, confiram as condições de atendimento médico e a segurança para os profissionais da saúde e a população, não somente em hospitais, mas também nas unidades básicas.

No que diz respeito à denúncia de assédio moral e de retenção da Hidroxicloroquina, os deputados informaram que a Assembleia Legislativa adotará as medidas cabíveis, tanto na esfera administrativa quanto jurídica, para apurar os fatos e cobrar os devidos resultados.

O presidente do CRM-ES, Dr. Celso Murad, reforçou a seriedade das denúncias feitas na reunião e a importância da parceria com a Frente Parlamentar. De acordo com Murad, o Conselho está realizando reuniões com médicos, gestores públicos e parlamentares em busca de ações concretas que possam resultar em benefícios para a saúde pública e, consequentemente, para o devido controle da atual pandemia.

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