O CRM-ES realizou nesta segunda-feira (15) Sessão de Desagravo Público em favor da médica Dra. Lorena Pimentel Rodrigues.

Dra. Lorena sofreu uma agressão do ex-vereador da Serra e hoje deputado estadual, Pablo Muribeca. Ela dividia o plantão noturno com o colega Dr. Vinicius Altoé, em novembro do ano passado, quando o parlamentar invadiu o quarto de repouso médico.

Eram cerca de 4h30 da madrugada e não havia demanda para os dois médicos. Dra. Lorena foi descansar, em acordo com a legislação, no local destinado ao repouso médico. Pouco depois, o então vereador Pablo Muribeca, acompanhado de seus assessores, invadiu o quarto e aos gritos disse que “ninguém quer trabalhar e que a população sofre por causa dos médicos”.

No relato encaminhado ao Conselho, a médica disse ter ficado desesperada, por estar sozinha e que teve medo de sofrer violência física ou de ser abusada sexualmente. O agora deputado estadual Paulo Muribeca, logo depois, saiu gritando pelos corredores da unidade, acordando os pacientes que estavam no repouso – alguns deles passaram mal em função do susto.

Não bastasse o episódio bizarro, o parlamentar passou a divulgar em suas mídias sociais e em jornais da Serra, vídeos difamatórios, com a imagem, o nome e a especialidade da Dra. Lorena, com mentiras e incitando o ódio contra a profissional. Depois disso, a médica passou a receber ameaças morais e físicas.

Segundo o conselheiro instrutor do processo, também secretário-geral do CRM-ES, Dr. Ruy Lora Filho, “o direito ao repouso é assegurado aos profissionais médicos quando do exercício de suas jornadas de trabalho, por lei, resoluções, pareceres etc, que disciplinam e regulamentam o assunto”.

No relatório, o conselheiro também lembra da manifestação a respeito desse caso, feita pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que afirmou ser inconstitucional qualquer ato normativo ou interpretação que outorgue ao vereador poderes para realizar diligências em instalações públicas com livre acesso a qualquer dependência, inclusive com participação de assessores, como foi feito pelo ex-vereador Pablo Muribeca, causando transtornos na regularidade do atendimento e insegurança aos pacientes, além de expor, contra a vontade, imagens de pessoas, em violação ao Direito de Imagem de Intimidade, ficando caracterizada a existência de crime tipificado na Lei de Abuso de Autoridade.

Desagravo Público

A Sessão de Desagravo Público foi aberta pelo presidente do CRM-ES em exercício, Dr. Aron Stephen Toczek Souza. O secretário geral do CRM-ES, Dr. Ruy Lora, e o conselheiro Dr. Fernando Avelar Tonelli compuseram a mesa.

Dr. Aron Toczek disse que é um absurdo que um parlamentar que desrespeite o médico, como foi o caso do deputado Pablo Muribeca, faça parte da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. “A população precisa entender que o caos na saúde pública do Espírito Santo não é culpa do médico; é culpa de gestão.”

Dr. Ruy Lora, conselheiro instrutor do processo, leu a NOTA DE DESAGRAVO e também ressaltou que a categoria deve seguir o exemplo da Dra. Lorena e denunciar esse tipo de agressão.

Dr. Fernando Toneli elogiou a coragem da médica de denunciar o caso. “Temos que incentivar esse tipo de denúncia”.

Revolta

Dra. Lorena Rodrigues manifestou, durante a Sessão, sua indignação com a ação violenta do deputado Pablo Muribeca.

Ela se emocionou ao dizer que não dá mais plantão na Serra, com medo de novas agressões, e que o deputado estadual se elegeu às custas da divulgação do vídeo nas redes sociais dele. “Ele se elegeu às custas de me humilhar”, desabafou a médica, que está processando o parlamentar na Justiça.

Segundo ela, o parlamentar continua a adotar essas práticas, invadindo a UPA de Carapina. “Somos uma classe grande. Temos que nos unir para impedir essas coisas”, desabafou.

“O culpado não é médico. A culpa é da falta de médicos para atender a quantidade de pacientes. Que eles coloquem mais pediatras (eram dois à noite). Tem médico que atende 80 pacientes em 12 horas. É impossível!”, ressaltou a médica.

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