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Presidente do CRM-ES e membros do Comitê de Crise para o Enfrentamento do Coronavírus se reuniram, na tarde de ontem (13/5), no Auditório do Conselho de Medicina, com deputados estaduais, membros da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) e o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, para debater o cenário atual da pandemia no território capixaba e as condições de atendimento médico. A preocupação do Conselho é com a desestruturação das equipes médicas especializadas e a desassistência aos pacientes “não Covid-19”.

Os representantes do CRM-ES e os deputados estaduais chamaram a atenção para o agravamento do coronavírus, a previsão de que a situação de contaminados e internados tende a piorar nos próximos dias, porém o aumento da demanda de pessoas acometidas por outras doenças também é preocupante.

Ressaltaram que pacientes com doenças em acompanhamento antes da pandemia, mas que, por precaução, tiveram consultas e cirurgias adiadas ou suspensas e estão voltando com o quadro mais agravado. Para o CRM-ES e os deputados, a atenção atual deve ter foco, também, nas estratégias de atendimento a todos os enfermos.

Os representantes do Comitê de Crise montado pelo Conselho questionaram o Secretário a respeito de quais unidades estão prestando atendimento aos pacientes “não Covid”, já que os hospitais Jayme dos Santos Neves e Dr. Dório Silva fecharam as portas do Pronto-Socorro Geral e o Hospital Estadual de Urgência e Emergência reduziu as equipes médicas? Esse fato, informaram os representantes do Comitê, está provocando aumento da demanda nas Unidades de Pronto Atendimento, que já estão com dificuldade para encaminhar pacientes aos hospitais, inclusive pessoas infectadas pelo coronavírus.

Capacidade de atendimento

A preocupação do Conselho de Medicina é com a capacidade da rede pública em suportar a demanda reprimida que está se formando junto com a pandemia de Covid-19. De acordo com o presidente do CRM-ES, Celso Murad, o quadro que se apresenta é ter um problema dentro de outro problema, já que o agravamento das demais doenças está aumentando e a rede pública não está se mostrando estruturada para atender casos “não Covid-19”.

O secretário Nésio Fernandes esclareceu que essas também são preocupações da Secretaria e que já solicitou um plano estratégico à sua equipe para a retomada, em junho, das consultas ambulatoriais e cirurgias eletivas escalonadas com pacientes mais críticos.

No que diz respeito aos atendimentos na rede hospitalar, segundo Fernandes, a demanda de atendimento neurológico, cardiológico e de trauma, até então existente nos hospitais Jayme dos Santos Neves e Dr. Dório Silva, serão supridas pelos hospitais Roberto Silvares (São Mateus), Sílvio Avidos (Colatina) e São José (Colatina), já que a grande demanda de pacientes dessas especialidades vêm do centro-norte capixaba.

O atendimento dos demais casos dessas especialidades, na Grande Vitória, continua sendo prestado nos outros hospitais da rede. O Secretário acrescentou que, o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, além de ser referência em trauma, também será para neurocirurgia. Vão ser abertos 42 novos leitos nesse hospital.

Outra informação do Secretário foi de que mais 385 novos leitos de UTI serão abertos até julho, somando 745 leitos de UTI na rede própria do Estado e que “a equipe de engenharia da Sesa está preparando leitos de isolamento em todos os hospitais da rede pública, porque precisamos estar com toda a rede preparada para atender Covid-19. Isso é extremamente importante porque onde o coronavírus chega, desorganiza o sistema, caso as unidades não estejam preparadas”, disse Nésio Fernandes.

O Comitê de Crise também questionou a respeito da compra de leitos na rede privada e filantrópica e solicitou informações a respeito da quantidade de médicos infectados pelo coronavírus. O CRM-ES vem solicitando essas informações aos técnicos da Sesa, porém não recebeu retorno e o Portal Coronavírus da Sesa não informa a quantidade de médicos infectados, apenas o total de profissionais da saúde, sem discriminar profissão.

Nésio Fernandes solicitou à Sesa as informações, repassou para o Comitê e acordou que esses dados serão repassados para o Conselho toda semana. O objetivo do CRM-ES é identificar os locais e unidades de maior contaminação para verificar a melhor forma de ajudar o médico.

Sobre a compra de leitos de UTI na rede privada e filantrópica, o Secretário esclareceu que a compra não contempla leitos da saúde suplementar. De acordo com ele, essa questão está ficando bem clara e os hospitais estão abrindo ou reestruturando novos leitos. No que diz respeito à montagem de hospitais de Campanha, Fernandes disse que essa é a opção secundária, tendo em vista ser a alternativa mais onerosa, menos estruturada e que demanda tempo para construção, montagem de equipamentos, recrutamento de recursos humanos e consequente efetivo funcionamento. O Secretário concluiu afirmando que a estrutura montada pelo Estado, com abertura e reestruturação de novos leitos na rede pública, o SUS ficará mais bem estruturado e mais robusto pós-pandemia.

Ao final da reunião, o Presidente do Conselho reforçou o posicionamento do CRM-ES a respeito da compra de leitos. “Entendemos que, até o presente momento, a estrutura assistencial preparada pelo Governo do Estado está dimensionada para atender a demanda existente. No entanto, com a previsão do crescimento progressivo de pessoas infectadas necessitando de internação, a compra por leitos privados é a alternativa mais adequada, menos onerosa e de resultados mais rápidos, já que eles estão prontos e preparados para atender os pacientes com a Covid-19, além de os hospitais já contarem com equipes de saúde qualificadas para prestar este serviço”, finalizou Celso Murad.

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