Oncologista defende criação de centros de referência em prevenção e diagnóstico do câncer. Segundo Bernardo Garicochea, do Hospital Sírio Libanês, uma em cada três pessoas vai ter algum tipo de tumor maligno ao longo da vida.

Médicos, parlamentares e ativistas pediram mais recursos para a saúde e alertaram para a importância do diagnóstico precoce na luta contra o câncer. Os temas foram abordados em seminário realizado na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (27), dia nacional de combate à doença. 

O médico Bernardo Garicochea, do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, ressaltou que uma das estratégias mais importantes no combate ao câncer está na identificação de grupos de risco. O oncologista lembrou que, pelas estatísticas, uma em cada três pessoas vai ter algum tipo de tumor maligno ao longo da vida.

Ele sugeriu a criação de centros de referência em prevenção e diagnóstico para acolher aqueles que, por uma primeira triagem dos postos de saúde, sejam identificados entre os que têm mais probabilidade de desenvolver a doença, seja por fatores genéticos ou ambientais. “Pode-se criar unidades de prevenção dentro de hospitais que já estão bem estabelecidos. Isso facilitará o encaminhamento dos pacientes”, disse.

Segundo Garicochea, a análise dos grupos de risco poderia levar à redução de 20% na mortalidade por câncer nos próximos dez anos, especialmente nos cânceres mais comuns, como próstata, mama, intestino, estômago e pulmão.

Demora no atendimento
Na prática, a demora no atendimento aos pacientes diagnosticados com a doença ainda é uma realidade no Sistema Único de Saúde (SUS), apesar de uma lei fixar prazo de 60 dias para início do tratamento de um câncer maligno (12.732/12). A presidente do Instituto Humanista de Desenvolvimento Social (Humsol), Tânia Gomez, citou um exemplo ocorrido no Distrito Federal: “fui procurada hoje por uma pessoa cuja mãe está com diagnóstico de câncer. Faz dois meses que está aguardando atendimento e não consegue”.

Diagnosticada com câncer de mama em 2001, Tânia enfrentou a doença e atualmente milita na área, alertando sobre a importância do tratamento precoce e a necessidade de mais recursos para a saúde. A Humsol e outras entidades ligadas à Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama realizaram ato em frente ao Congresso, nesta quarta, pedindo a aprovação do projeto que destina, pelo menos, 10% das receitas brutas da União para a saúde (PLP 321/13).

Apoiadora da causa, a deputada Cida Borghetti (Pros-PR) lembrou também que, neste momento de discussão do Orçamento do próximo ano, é importante a destinação de emendas parlamentares para a saúde, especialmente, em áreas relacionadas ao tratamento do câncer. “Destinamos emendas para aquisição de quatro centros de diagnóstico, que vão cobrir o estado do Paraná”, comentou.

Até esta quinta-feira (28), deputados e senadores têm R$ 14,68 milhões, cada, para apresentar emendas à proposta de Lei Orçamentária de 2014 (PLN 9/13), sendo necessariamente metade do montante para ações e serviços públicos de saúde.

Fonte: Fenam

 

Youtube Instagram Facebook
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.