O aumento da insegurança nas unidades públicas de saúde capixaba passou do limite. O presidente do CRM-ES, Severino Dantas Filho, solicita uma reunião emergencial com as autoridades competentes para resolver essa questão, que há anos vem sendo denunciada pelo Conselho e cobrada ações efetivas dos poderes públicos municipais e estadual. No entanto, “o problema só aumenta”, desabafa Dantas. Paralelamente, a Assessoria Jurídica do CRM-ES analisa a melhor ação a ser adotada nessa situação.
O caso mais recente ocorreu no último dia 11, na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Carapina. Vários acompanhantes de pacientes e também pacientes que aguardavam por atendimento médico partiram para agressão aos profissionais que atuam na UPA. Médicos e enfermeiros foram agredidos.
Um médico chegou a ser perseguido até o estacionamento e um enfermeiro sofreu agressão física. A recepção da unidade de atendimento foi depredada e as alas internas foram invadidas pelos pacientes a procura dos médicos. Segundo relatos dos funcionários da UPA, a população “partiu para cima de todos que usavam jaleco branco”.
No dia 13 de novembro, o Presidente do CRM-ES, em visita ao município de Vila Valério, região Noroeste do Estado, recebeu vários relatos de médicos que atuam nas unidades públicas da cidade a respeito da insegurança para trabalhar. A Ouvidoria do CRM-ES, inclusive, recebe uma média de uma reclamação por mês.
Alguns profissionais, informa Dantas, já estão recusando assumir cargos efetivos em UPAs localizadas em bairros periféricos da Grande Vitória. Dois exemplos são a UPA de Carapina e Pronto-Atendimento de São Pedro.
Diante do aumento de violência contra os médicos no exercício da profissão e da falta de segurança armada nas unidades de saúde, as entidades médicas capixabas solicitam, além de vigilância armada, a implantação do Botão de Pânico para que os profissionais, quando necessário, acionarem em sua defesa. Mas o ideal, segundo o Presidente do CRM-ES é a presença constante de seguranças armados nessas unidades.