A quantidade de médicos no Espírito Santo praticamente duplicou de 2011 para cá, segundo dados da Demografia Médica 2024, elaborada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O levantamento aponta que o Estado tinha 7.410 médicos há 13 anos e, agora, conta com 14.032 profissionais (89% de aumento). Com isso, a densidade por mil habitantes também cresceu: passou de 2,11 para 3,61 médicos por grupo de mil pessoas.
“O aumento do número de médicos não é uma garantia para a população capixaba de que ela será bem atendida. É urgente que se discuta, com muito rigor, como esses novos médicos estão sendo formados. A abertura indiscriminada de escolas de medicina, muitas delas sem condições mínimas para formar um profissional, precisa ser barrada. Temos de garantir para o estudante e para sociedade uma formação técnica adequada, que nos permita, lá na ponta, ter profissionais qualificados para o atendimento ao paciente”, disse o presidente do CRM-ES, Dr. Fernando Tonelli.
Se fosse garantida uma melhor formação, o Espírito Santo seria hoje um dos estados mais privilegiados do país, com índices de 3,61 médicos por mil habitantes, que superam as médias dos países mais desenvolvidos do mundo e que colocam o Estado em quarto lugar no ranking nacional. Estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm um percentual inferior ao Espírito Santo.
“Isso reforça o nosso discurso de que não faltam médicos ao Espírito Santo. Faltam condições adequadas de trabalho para que esse contingente atue em todos os recantos do Estado, para garantir um atendimento digno à população”, explicou Dr. Fernando Tonelli.
Nos dados sobre o Estado, chamam a atenção, também, o aumento do número de mulheres médicas, que já formam maioria (são 7.118 médicas e 6.914 médicos). A média de idade desses profissionais é de 45,08 anos, enquanto a média do tempo de formado chega a 19,17 anos. Na distribuição pelo território, 6.117 médicos atuam na capital, Vitória (44% do total), e 7.915, no interior.
Por ter mais médicos, Vitória se destaca com uma média de densidade médica oito vezes superior à registrada no interior. Na capital, são 18,68 médicos para cada mil habitantes – esse é o maior índice entre as capitais brasileiras. Já no interior, é 2,22 por mil habitantes. A maioria dos médicos tem Registro de Qualificação de Especialidade Médica (RQE): 8.306 (59%). Outros 5.726 não são especialistas (não têm RQE).
Brasil – A Demografia Médica 2024 do CFM revela que, nunca antes na história o País contou com tantos médicos como atualmente. São 575.930 médicos ativos, uma das maiores quantidades do mundo. O número resulta em uma proporção de aproximadamente 2,81 médicos por mil habitantes, a maior já registrada na história nacional.
Desde o início da década de 1990, a quantidade de médicos mais que quadriplicou, passando de 131.278 para a atual, registrada em janeiro de 2024. Este crescimento, impulsionado por fatores como a expansão do ensino médico e a crescente demanda por serviços de saúde, representa um aumento absoluto de 444.652 médicos, ou seja, 339%, em termos percentuais.
Comparando os crescimentos da população em geral e da população médica, é possível ver que o total de médicos aumentou oito vezes mais do que o da população em geral, durante esse período. Em termos absolutos, a população brasileira passou de 144 milhões em 1990 para 205 milhões em 2023, conforme dados do IBGE.
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