O caso aconteceu no dia 24 de agosto, durante o plantão da Dra. Maria Júlia, na UPA de Guarapari. Ela explicou que a agressão ocorreu como consequência do atendimento a uma paciente que chegou à UPA com muita dor. A médica que a atendeu, como explicou a Dra. Maria Júlia, seguiu os protocolos para esse tipo de caso. A paciente foi medicada para dor e, logo depois, passou por exames. Ao voltar ao consultório para mostrar os exames, a médica assistente estava em um intervalo de 20 minutos para jantar.
A paciente já não sentia dor e decidiu ir embora, mas foi contida pelo seu acompanhante, que ligou para o vereador. “Ele queria que a gente falasse com o vereador por telefone, o que a gente não pode fazer”, por conta da garantia de privacidade da paciente. O vereador, então, foi para a UPA e exigiu que a paciente fosse transferida para o hospital de referência de Guarapari.
Antes disso, a Dra. Maria Júlia, depois de analisar o exame, já tentava um leito na Central de Vagas para uma melhor avaliação, caso o quadro exigisse uma cirurgia imediata de vesícula. Foi aí que as agressões começaram. O vereador Oldair Rossi desacatou a Dra. Maria Júlia, atrapalhou o atendimento de outros pacientes e ainda ameaçou mandar prender a médica.
A Polícia foi chamada e tomou o depoimento do vereador e da médica. “Quando a polícia chegou, eu estava fazendo um atendimento de emergência e, logo depois, ainda na porta da emergência, de olho também no meu paciente, prestei meu depoimento”, explicou.
A Comissão da Mulher Advogada da OAB/ES reagiu publicamente, emitindo uma nota de repúdio contra as atitudes do vereador Oldair Rossi e relacionando o caso também à misoginia e ao machismo.
Não podemos normalizar a agressão contra médicos.