Uma pesquisa encomendada pela Associação Paulista de Medicina (APM) ao Instituto Datafolha, revela que 79% dos pacientes que recorreram aos planos de saúde nos últimos 24 meses tiveram algum tipo de problema. Entre as reclamações mais recorrentes estão a dificuldade para marcar consultas (66%), procedimentos de maior custo (67%) e falhas no atendimento em pronto-socorro (80%).

A pesquisa foi aplicada em São Paulo – estado com maior número de beneficiários de planos de saúde (10,4 milhões) – e buscou informações dos pacientes que recorreram aos planos nos últimos 24 meses. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (17) pelo presidente da APM, Florisval Meinão, juntamente com as demais entidades médicas do estado como o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, a Academia de Medicina de São Paulo e o Sindicato dos Médicos de São Paulo. 

Outro grave problema apontado pela pesquisa é a obstrução dos planos de saúde ao trabalho dos médicos. Na opinião da maioria dos pacientes, 56% deles, os planos pressionam os médicos para reduzir o tempo de internação. Além disso, 60% dos usuários concordam que os planos pagam valores baixos por consultas ou procedimentos.

“Temos denunciado recorrentemente os abusos dos planos contra médicos e pacientes. E o que essa pesquisa reflete é uma realidade nacional de insatisfação. Um mercado que aumenta suas receitas quase 15% ao ano precisa e pode melhorar as condições de atendimento e também a relação com seus prestadores”, avaliou o 2º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) e coordenador da Comissão de Saúde Suplementar (COMSU), Aloísio Tibiriçá.

Diante tantos problemas e dificuldades na relação com os planos de saúde, o estudo revela que 30% dos pacientes declaram ter apelado ao SUS ou ao atendimento particular para conseguir atendimento. “Os pacientes pagam os planos de saúde justamente para fugir das dificuldades de acesso enfrentadas no Sistema Único de Saúde e se deparam com uma série de problemas. É preciso que as empresas ampliem a rede credenciada urgentemente”, afirmou o presidente da APM.

Principais problemas – No item consultas médicas, os problemas mais frequentes são a demora na marcação (52%) ou autorização de consultas (25%). Quanto aos exames e diagnósticos, as queixas mais recorrentes estão relacionadas a demora para marcação (28%), poucas opções de laboratórios e clínicas especializadas (27%) e o tempo para autorização do exame ou procedimento (18%).

Nos prontos-socorros, a lotação no local de espera é o principal problema apontado pelos usuários (74%). Já a demora em ser atendido também é um aspecto importante, mencionado por 55% dos usuários. Outras reclamações citadas são a negativa para realização de procedimentos necessários (16%) e atendimento (9%), além de locais inadequados para receber medicação (13%).

Com informações da APM e do CFM

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