O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) farão um trabalho conjunto de informação para sociedade e para as autoridades, para reforçar a atuação contra os falsos médicos, especialmente na área de oftalmologia. A ação desses falsos profissionais coloca em risco a população, principalmente a mais carente no Espírito Santo. O acordo de cooperação foi firmado, ontem (5), em mais uma reunião para reforçar a investigação, a fiscalização e a conscientização contra a atuação de profissionais de outros segmentos em áreas de atuação privativa do médico.
Representantes do Tribunal de Justiça e do Ministério Público do Espírito Santo participaram do encontro, que definiu, também, uma ação cooperativa entre os dois conselhos e essas instituições, para ampliar, por meio de encontros de atualização, direcionados para promotores e juízes, informações sobre a Lei do Ato Médico e sobre a atuação de falsos profissionais em áreas de ação exclusiva do médico, como no caso dos exames oftalmológicos.
A coordenadora da Câmara Técnica de Oftalmologia e da Comissão de Defesa das Prerrogativas do Médico Contra o Exercício Ilegal da Medicina, Dra. Rochelle Pagani, explicou que a ação de falsos médicos, no caso da oftalmologia, vem gerando um grande número de pacientes que chegam ao consultório médico com problemas graves de visão, depois de terem sido atendidos por profissionais não capacitados. “As vítimas, em geral, são pessoas carentes, que, muitas vezes, por falta de informação, são exploradas por esse tipo de criminoso, que atenta contra a saúde e contra o bolso de uma população extremamente vulnerável.”
Dra. Rochelle esclareceu que exames de vista só podem ser feitos por médicos oftalmologistas. “Há, por exemplo, uma ação casada de optometristas e algumas óticas, que atuam nessas áreas mais carentes, para enganar a população. O optometrista não tem competência e não pode fazer esse trabalho. O exame de vista serve para verificar a saúde do olho do paciente e, depois de uma análise detalhada, se não houver outra patologia, por exemplo, recomendar o uso de óculos”, disse a médica.
Participaram da reunião no CRM-ES o advogado da CBO Dr. Alberthy Oguari, o juiz Dr. Grecio Nogueira Grégio, a promotora Dra. Sabrina Coelho Machado Frajado e o presidente do CRM-ES Dr. Fernando Tonelli.