Em entrevista coletiva concedida às 11 horas de hoje (dia 10/9), no Auditório do CRM-ES, representantes do corpo clínico do Hospital e o presidente do Conselho, Severino Dantas Filho, explicaram como se dará o Estado de Interdição Ética do atual Hospital Estadual São Lucas.

Segundo o Presidente, amanhã (11/9) o CRM-ES encaminha ao governo do Estado, bem como à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) um documento contendo todas as falhas que precisam ser corrigidas no Hospital, com prazo de 90 dias para serem resolvidas. Caso contrário, o São Lucas será interditado eticamente.

Com a interdição, os médicos não poderão atender no local enquanto a unidade permanecer interditada pelo Conselho. Caso descumpram a determinação, estarão infringindo o Código de Ética Médica e poderão ser processados.

Fiscalização no Novo São Lucas

O CRM-ES fará também no decorrer dessa semana uma fiscalização na atual instalação do Novo Hospital São Lucas, que, segundo informações da Sesa, começa a funcionar amanhã (11/9).

O CRM-ES vai verificar as instalações do local, bem como a escala de médicos. “Precisamos saber quais são os especialistas que atenderão no local”, informa Dantas Filho.

Memória

No dia 13 de agosto, por solicitação dos médicos que trabalham no Hospital Estadual São Lucas, representantes do CRM-ES  fizeram uma visita surpresa, após as 22 horas.

As constatações da superlotação que se agrava no Hospital e de outras situações igualmente críticas levaram o presidente do Conselho a solicitar à Assessoria Jurídica uma ação emergencial, a exemplo do que foi feito em Guarapari e que resultou na inauguração do Hospital Materno-Infantil do município e, consequentemente, na melhoria da estrutura de atendimento da região.

De acordo com Dantas Filho, a situação na noite do dia 13 era lastimável. “Muitos pacientes nos corredores da unidade e uma grande quantidade de idosos aglomerados pelo chão aguardando atendimento”, relata o Presidente. Só essas cenas, informa ele, já causam revolta. “O pior é que inúmeras são as denúncias dos médicos, do CRM-ES, do Ministério Público e os problemas não são resolvidos”, desabafa.

Além da aglomeração de pacientes no corredor, outras situações alarmaram os representantes do CRM-ES. São elas:

1- Internação no centro cirúrgico. Minutos antes da chegada dos conselheiros, duas das quatro salas do centro cirúrgico estavam sendo usadas para “internação de paciente”. A presença de membros do Conselho, no entanto, provocou a transferência rápida para outro local, mas uma pessoa permaneceu “internada”. Funcionários do local confirmaram que esta é uma prática rotineira e não uma exceção.

2- Internação no corredor. Dezenas de pacientes se aglomeravam nos dois corredores do Hospital. Eles aguardavam por internação, por atendimento, por resultado de exames e também por alta hospitalar. Uma grande parcela de idosos e de politraumatizados estava nessa situação.

3- Falta de monitoramento eletrônico. A sala de Admissão, um espaço de aproximadamente 30 m², além de estar sendo usada como local de internação, vários paciente estavam sob ventilação mecânica e nenhum sob monitoramento eletrônico. 

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