Médicos entre 30 e 60 anos são os mais prejudicados pelas deficiências no acesso à residência médica no Brasil

Cerca de 88 mil médicos com idades entre 30 e 60 anos são os mais prejudicados pelas deficiências no acesso à residência médica no Brasil. O dado é do estudo “Demografia médica – volume 2, lançado em 2013 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)”. A esses médicos, somam-se outros 92.136 sem título de especialista emitido por sociedade de especialidade ou obtido após conclusão de residência – representando 46,43% do total de médicos brasileiros. Nessa estatística, enquadram-se os médicos mais jovens, que ainda não ingressaram ou não concluíram cursos de especialização, e os mais velhos, que desistiram de tentar vagas em residência ou não se submeteram aos atuais mecanismos de especialização.

 “Cabe ao governo proporcionar um sistema formador em condições de atender essa demanda reprimida e os futuros egressos das escolas. Todos devem ter a possibilidade de aperfeiçoar sua formação, o que resultará em benefícios diretos para o paciente e a sociedade”, reforça o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila.

Para d’Avila, não adianta apenas criar vagas em cursos de medicina, mas sim assegurar uma estrutura de pós-graduação em número e qualidade suficientes. “Ao terem acesso ao aprimoramento e à atualização – por meio de uma política de educação continuada e dirigida a eles – ou mesmo à especialização tardia, esses profissionais poderiam suprir carências localizadas do sistema de saúde, inclusive na atenção primária”, revela o estudo.
No cenário atual, sem vagas de residência médica para todos, parte dos jovens médicos poderá permanecer por muito tempo ou por toda a vida profissional sem especialização.

Distribuição desigual – A distribuição de profissionais por grandes regiões do país, em números absolutos, mostra que há mais especialistas onde se concentram mais médicos em geral. Seguindo a mesma lógica, as regiões com menor número de médicos também contam com menor quantidade de profissionais titulados. No Sudeste, por exemplo, estão 56,04% dos médicos em geral e 54,51% dos titulados.

Em paralelo, o Norte do Brasil tem a menor porcentagem de médicos em geral – 4,26% – e a menor também de especialistas, 3,57%. No Sul, a porcentagem de médicos em geral em relação ao país é de 14,91%, enquanto a dos profissionais titulados sobe para 18,06%.

Moradores de áreas com melhores indicadores socioeconômicos têm o maior número de médicos à disposição e também o maior número de especialistas entre eles. O Rio Grande do Sul é o estado com maior proporção dos especialistas: dos 25,5 mil médicos gaúchos em atividade, 66,29% são titulados; seguido pelo Distrito Federal (com 65,82%) e pelo Espírito Santo (com 65,12%). Outros três estados (Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul) contam com 60% ou mais de especialistas.

Em contrapartida, a situação é menos favorável em alguns estados, a maioria localizada no Norte e no Nordeste, havendo mais generalistas do que especialistas – caso do Rio Grande do Norte, de Pernambuco, de Roraima, do Acre e outros sete estados. No Maranhão, apenas 37,4% dos médicos em atividade possuem algum título de especialização.

Fonte: Jornal Medicina – Conselho Federal

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