Os compromissos com os pacientes e com a medicina, as realizações e as dificuldades enfrentadas cotidianamente nos consultórios e hospitais são o mote de uma campanha lançada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para celebrar o Dia do Médico, comemorado em 18 de outubro.

Em vídeos veiculados em TV aberta, canais de TV por assinatura e na internet, o dermatologista Marco Otávio Rocha Couto e o clínico Wendel Antônio Alves Moreira dividiram suas experiências, mostraram os obstáculos impostos pela falta de recursos e infraestrutura, e ressaltaram o valor do humanismo na relação médico-paciente. “Ser médico me ensinou todo dia a valorizar a vida”, diz Wendel Antônio.

No Brasil, existem cerca de 400 mil médicos formados no país ou que aqui tiveram seus diplomas legalmente revalidados. Há mais de dois séculos esses profissionais se dedicam à saúde dos cidadãos nas grandes e pequenas cidades, nas capitais e no interior. São milhões de consultas, exames e cirurgias realizados todos os dias e, para garantir o atendimento adequado a cada paciente. Os médicos precisam ter disponíveis recursos, condições e infraestrutura para lutar pela vida e pela boa saúde.

Os progressos científico e tecnológico redirecionaram a formação e, em determinadas áreas profissionais, minimizaram a importância das ciências humanas. Contudo, o bom desempenho da medicina não se abstém de priorizar a ética e valorizar a humanização do atendimento, ainda que, muitas vezes, o ambiente apresente condições adversas e o sistema seja precário. A respeito, o filósofo alemão Werner Jaeger afirmava que “de todas as ciências humanas então conhecidas, incluindo a matemática e a física, é a medicina a mais afim da ciência ética de Sócrates”.

Em tempos de tecnologias cada vez mais acessíveis e em maior número, o humanismo ressalta-se como imprescindível às interações sociais. Na medicina, é a base estrutural da relação médico-paciente e aliar os benefícios da tecnologia ao cuidado com o ser humano é papel do médico do século XXI.

Assista aos vídeos em:  http://www.youtube.com

Humanismo – Para Carlos Vital, 1.º vice-presidente do CFM, “a relação médico-paciente deve ser pautada por diálogos francos e humanamente paritários que façam nascer relações fiduciárias, radicadas no denso valor ético-social da recíproca confiança. A prática médica requer humildade, prudência, diligência, perícia, compaixão e justiça”.

Nessa prática, a formulação do diagnóstico é importante etapa e nela deve-se respeitar protocolos que passam pela avaliação da queixa principal (QP) relatada pelo paciente ou por seu acompanhante, história da doença atual (HDA), antecedentes pessoais e hereditários, exames físico e complementares, quando necessário. No entanto, o exercício da medicina vai além das regras existentes e necessárias para que seja garantida a segurança do paciente.

“O médico é um especialista em cuidado com a vida e necessariamente um humanista” afirmam o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila e o presidente do CRM-ES, Severino Dantas Filho. Nesse sentido, a emissão do diagnóstico não passa apenas pela análise de dados biológicos. Fatores culturais, ambientais, sociológicos e psicológicos fazem parte do trabalho médico, que não se restringe a curar enfermidades – motivo pelo qual a medicina é tida desde Hipócrates (460 a.C) não somente como ciência, mas como arte.

Diante dos limites da ciência, o médico também é aquele que acompanha e orienta tanto o paciente quanto os familiares na escolha de tratamentos, no sofrimento ante a doença e a morte.

A atuação profissional deve ser simultaneamente humanista e ética e o Código de Ética Médica brasileiro oferece tanto ao profissional quanto ao paciente indicações da boa conduta com base em princípios éticos da autonomia, dignidade, veracidade, beneficência, não maleficência, justiça e honestidade. O texto, em vigor desde 2010, resulta da análise de 2.575 propostas encaminhadas por profissionais, especialistas e instituições durante dois anos.

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